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Regresso a Couchel - Blogue

Aqui confirmamos sempre se não estamos enganados nem a enganar ninguém

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CESTOS DA MINHA TERRA

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  CESTOS DA MINHA TERRA
A LIÇÃO
Havia de três tamanhos... o mais pequeno era comprado de propósito para o miúdo da casa e ERA do miúdo do casa. Tinha explicação.
Veja: - Retalhos de Couchel

Vila Nova de Poiares

 

Embora muito longe do fim do dia, há cerca de 15 anos, de quando a minha tia Dora e madrinha de baptismo tinha feito a 4ª. Classe com distinção que a escola acabava a meio da tarde na minha terra. Os deveres escolares eram com o aluno e com a professora… (a mãe só avisava que no outro dia não estava lá para aparar as que caíam no chão). O resto do dia era brincadeira, ninhos, grilos ou, a brincar a brincar, as pequenas ferramentas de lavoura para os mais pequenos também serviam para dar uma ajudinha a fazer um rego ou a apanhar azeitona que caía antes do tempo da colheita. Era o caso dos cestinhos:
Eram para apanhar essa azeitona que caía da árvore antes do tempo, que nenhum proprietário apanhava pelo pouco valor económico, mas que não se importava nada que toda a gente a proveitasse, e que nalguns casos dava jeito a muito boa gente.
Era quando as famílias mandavam os miúdos “ir ao ravisco”, metade brincadeira metade a sério. Corria bem, corria mal, dependia do vento, etc.
Mas às vezes corria mesmo muito mal: Fim de tarde, meia dúzia de azeitonas no fundo do cesto… à frente dos olhos ramos de oliveira vergados de azeitonas.
UM SUPLÍCIO… MAS NEM TOCAR-LHE!!!
Foi assim que com 12 anos viemos lidar com centenas de escudos atrás de um balcão em Lisboa, foi assim que nos fizemos homens sem deixar rabos de palha.

OUTRAS TERRAS.
Apesar de tarefa menor era devido à mobilidade e olhos argutos dos miúdos que, embora meio a brincar meio a sério “Ir ao rasquido” era velha tradição na minha terra. Os pais tinham mais que fazer. Outras terras havia porém de vastos olivais, feitores e guardas a espreitar atrás de frondosos ramos one as coisas não eram bem assim.
Ali usava-se o saco para ir ao rabisco, sugeria desconfiança… o cesto não. O cesto era tão pequenino que bastava um simples relance para se ver se a azeitona estava mortiça de ter caído da árvore ou acabava de ser ripada da oliveira.
Ninguém espreitava, nem era preciso.
A muitos quilómetros da minha terra “à mulher de César não bastava ser séria… tinha de o parecer. E a mulher de César usava um saco fechado para ir ao rasquido. O guarda andava desconfiado apanhou o filho da ti Albertina a enchcher o saco de azeitona fresquinha e luzidia de uma das mais abundantes pernadas da oliveira.
- Aqui D'el Rei que foi este malandro!!!
Mãe zelosa, a ti Albertina descarregou no filho. Completou a representação nas costas do filho com uma valente carga de porrada.
O guarda condescendeu. Mas avisou:
- Na próxima vão todos de cana.
Moral da história do "articulista": Tudo isto por culpa do Estado Novo.
LOUVADO SEJA O SANTÍSSIMO.
Aniceto Carvalho

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