Em memória da minha irmã
Em memória da minha irmã
Acreditem ou não, eu lembro-me perfeitamente de ter tirado esta fotografia, do diálogo do meu pai com o fotógrafo que não conseguia acertar com o boneco como o Ti Zé Adelino queria.
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SAUDADE DE UM FILHO - À mãe
Maria Alice Ferreira de Carvalho
...um ano passou e continuo em negação.
Penso para mim que tudo não passa de um sonho, dos muitos sem sentido que costumo ter. Mas mais longo, ainda mais sem sentido.
A saudade alimenta a esperança de ouvir a tua voz num telefonema.
A ansiedade cresce sempre que penso em "ir lá acima" e poder ver-te.
Só que nada disto é um sonho.
"Acordo", refugio-me na dormência das lembranças, como se de ópio ou outro similar se tratasse e sigo, um dia de cada vez.
365 dias depois, passou-se um Natal, um Dia da Mãe e um aniversário teu.
Não estiveste, mas eu entendo.
Há uma forte razão para isso:
Chama-se vida.
Com tudo o que ela alberga.
Foste tu que me geraste.
Foste tu que te sacrificaste para que eu pudesse enfrentar o mundo.
Foste tu, que mesmo no fim, mostrou o que é ser-se valente.
Foste sem dúvida a mulher mais corajosa que alguma vez conheci.
Um ano passou. E volto a repetir:
Foi um privilégio ser a tua cria mais nova.
Um enorme beijo e o calor de um abração do tamanho da minha saudade.
António Carvalho Gouveia
Aniceto Carvalho